Olá Simon, muito obrigado por participar da minha coluna de entrevistas.
Olá Daniel! Antes de tudo agradeço pela oportunidade de participar desta entrevista com você!
A primeira coisa que gostaria de perguntar é: Como você definiria um geek?
Muitos confundem nerds com geeks. Nerds e Geeks são coisas distintas. Os geeks possuem alguns gostos semelhantes aos dos nerds, por este motivo é que as pessoas se confundem tanto. Os geeks gostam e consomem as mesmas coisas que os nerds gostam: séries, internet, tecnologia, games, ficção científica, star wars, star treck, cinema, mulheres etc. A diferença é que os geeks destacam-se por serem mais extrovertidos. Me admiro ver grandes sites nacionais como o “Jovem Nerd” afirmarem que são geeks. Se eles realmente são, o que na verdade estão fazendo afirmando isso é consertar o erro de terem escolhido o domínio errado para trabalharem. Tudo o que aprendi sobre nerds e geeks aprendi com os criadores do termo. Assino há muitos anos mais 70 feeds de blogs geeks e de tecnologia americanos. Eles inventaram o termo, descobri que sou geek com eles.
Como é escrever para o público geek? Eles são muito exigentes?
São exigentes por natureza. Eu não suportaria ler uma matéria de um blog de alguém que não sabe nem escrever, sinceramente eu não comento, não participo e nem volto mais lá. Mas este é o Simon. É importante não confundirmos o termo geek à personalidade de cada um. Cada um tem a sua, alguns são chatos de tal forma que mesmo se gostam de um blog e se tornam leitores dele, comentam as falhas dele em seu twitter propositalmente, pra todos verem, sendo que poderiam apenas enviar uma ‘direct message‘ alertando os editores sobre a falha. Qual seria a intenção dele ao fazer isso? Ajudar? Não acredito. Mas esta questão não vem ao caso. A nossa sorte é que a maioria dos nossos leitores são tranquilos e nos avisam no “particular” quando notam alguma falha ou não ligam quando você erra uma vírgula ou acento. Pra evitar os inconvenientes tomamos como regra pesquisar a fundo sobre o assunto abordado e lemos e relemos as matérias antes de publicarmos. Escrevemos 12 matérias de segunda à sexta no site e 10 matérias no sábado, este é nosso compromisso com nossos leitores. Faça chuva ou faça sol 12 matérias devem sair. Devido à quantidade enorme de matérias os erros acontecem.
Ouvi em seu último podcast que você leva em torno de dois dias para produzir cada podcast. Conte para nossos leitores como é o processo desde a criação até a publicação.
O ROCK N’ TECH é diferente da maioria dos outros podcasts por aí. É um podcast monólogo e jornalístico semelhante a um programa de uma rádio, onde eu relato novidades interessantes e toco músicas que nosso público escolhe e que gostam. A maioria dos outros casts são compostos por vários podcasters que falam sobre determinado assunto e que geralmente os fazem “na raça”, sem preparo prévio. Assino o feed de alguns no iTunes e acho que mesmo assim na maioria dos casos o resultado é excelente. Admiro muitos podcasters, mas me inspirei no primeiro podcaster do Brasil, o Maetro Billy, o DJ do programa global Caldeirão do Hulk, por este motivo meu cast é monólogo. Antigamente em cada episódio de nosso podcast comentava os principais destaques que rolavam no site durante a semana. Nunca mais esqueci o comentário que um ouvinte nos deixou em um cast, nos dizendo que gostava muito de nossos poscasts, mas que as notícias que publicávamos nos podcasts eram antigas e defasadas. Foi uma crítica muitíssimo construtiva. A partir daquele dia decidi que todas as matérias escolhidas nos podcasts seria no máximo de 2 dias anteriores à gravação. Por este motivo começamos a trabalhar escrevendo matérias no sábado também.
Após escrever e escolher as matérias no site tenho que montar o programa inteiro de forma escrita, ou seja, a pauta. Pode não parecer, mas cada fala, inclusive os “nés” e os “ok?” são escritos na pauta do programa. Perco tempo escrevendo para não perder muito mais tempo editando. As matérias são comentadas nos episódios de uma forma diferente em que elas estão escritas no site. O grande desafio é dar vida à notícia sabendo que tudo o que o ouvinte tem é apenas sua voz, ele não está vendo imagens sobre o produto, não vê vídeos e não seria legal ter que voltar o áudio várias vezes para entender o que você está querendo dizer. Portanto, quando escrevo as falas tenho isto em mente e isto demanda paciência e boa parte do meu tempo, que geralmente acontece no sábado à noite enquanto as pessoas estão se divertindo.
Com toda a pauta pronta é hora de escolher as músicas que vão para o episódio, que geralmente acontece no Domingo pela manhã. Confiro os pedidos deixados no site, nos e-mails recebidos e no twitter. Baixo as músicas e escuto cada uma delas. As músicas que escolho são estratégicas, a primeira música é geralmente a mais animada, pra incentivar novos ouvintes a permanecerem escutando. A segunda música tem que ter uma entrada forte, para que combine com o grito de Leeeet’s Rock n’ Rooooooolll que solto logo após a introdução. Intercalo músicas leves com pesadas porque tenho muitos ouvintes do sexo feminino, dessa forma eu não as assusto. Procuro deixar as mais chatas entre a terceira e sexta música e os pedidos e as músicas mais legais pro final. Assim as pessoas terminam de escutar o podcast com a impressão: “Puxa! Que cast legal!”
A gravação é rápida, leva algo em torno de 1,5h. A edição do áudio, que inclui remoção de falhas, encaixe das músicas e nivelação de áudio demora cerca de 2 horas. Mais aprox. 40 min. para transformar a edição em um arquivo .MP3 e mais aprox. 40 min. para upar o arquivo no servidor. Ainda tenho que preparar o post do podcast e a podsletter que envio para os nossos assinantes. Envio a podsletter antes de publicar o cast no site, afinal é por este motivo que eles assinaram, pra terem preferência. Depois disso tudo, meu trabalho se encerra no domingo por volta das 22h quando publico o post e faço as propagandas no Twitter, Facebook, Orkut etc.
Neste podcast também ouvi que o blog sofrerá algumas mudanças. O que você já pode nos adiantar?
Estamos migrando para WordPress, criando um lay-out totalmente novo, bem diferente do que vemos hoje, com um template que eu mesmo desenhei. Os nossos leitores, ouvintes e o próprio ROCK N’ TECH merecem, o site está há muito tempo com a mesma aparência. Tive que tomar a decisão de dar um tempo com os casts para me empenhar neste trabalho.
Como você formou sua equipe que alimenta o blog? Eles são tão geeks quanto você?
Atualmente a equipe é composta pela Mimi, minha esposa e principal editora/administradora de todos os canais do blog e a Vicky que cuida da parte de games. A Mimi é tão geek quanto eu. Ela foi se convencendo a entrar de cabeça no site ao perceber que o público estava gostando, voltando e elogiando. A Vicky surgiu há um bom tempo atrás. Ela adorava tudo que postávamos ali. Na época estávamos procurando alguém para nos ajudar escrevendo matérias. Ela se candidatou, fez o teste e passou entre vários outros. Pra saber se a Vicky é geek basta ver a foto do seu avatar no blog, um monte de gadgets espalhados em cima da mesa do PC.
Em sua opinião, por que os seus podcasts fazem tanto sucesso?
Acredito que fazem sucesso porque tenho a sorte de ter bons ouvintes, geeks ou não, que gostam de Rock n’ Roll e que fazem bons pedidos. Talvez eles não saibam disso, mas o ROCK N’ TECH é feito por eles também, por pessoas de bom gosto que escolhem a maioria das músicas. Devo a eles os meus sinceros agradecimentos, por sempre terem me ajudado a construir o R’NT.
Simon, meus parabéns pelo bom trabalho desenvolvido no blog e pela alta qualidade dos seus podcasts.
Em nome da família R’NT agradecemos a você Daniel pela oportunidade e o parabenizamos também pelo ótimo trabalho que vem fazendo em seu blog!
Para acompanhar o trabalho de Simon acesse http://www.rockntech.com.br, leia os posts e escute os podcasts. No Twitter siga @simonpodcaster e @rockntech.